A exposição do autor
contemporâneo Angelo Venosa, que se encontra na Estação Pinacoteca, reúne um
acervo de 35 obras criadas durante os 28 anos de carreira do artista expostas
pela extensão de todo um andar do prédio. Resume-se através dela um trajeto que
se inicia nos anos 80, porém sem uma cronologia determinada pelo artista
através de peças que construídas a partir de materiais como acrílico, madeira,
tecido, metais, vidros e até mesmo restos de animais como dentes de touro. De
uma ossatura ordenada e invisível ao formato informe e volumoso de suas obras,
o autor representa a caminhada do construtivismo ao expressionismo.
Sinteticamente a obra de Venosa representa a sua inquietação com questões como
a vida e a morte.
“Começou sua experiência
artística com a pintura, inicialmente aguada e delicada, mas logo percebeu o
ímpeto pela quebra da tela e a busca da tridimensionalidade, quando rasgou o
linho e introduziu um volume no rasgo. Detonava-se ali o interesse pelos
estados transitivos, pela passagem entre as coisas e por processos ambíguos de
construção, que passariam a vigorar no conjunto das esculturas futuras. A
quebra da linearidade da superfície, com o ganho simultâneo de um elemento
concreto e corpóreo, não apenas atestava sua inclinação escultural, como
introduzia novas motivações para explorar a dinâmica do espaço e do tempo,
diretamente vinculada ao real”, conta Ligia Canongia.
Venosa declara também
através elas um desejo de "despir"as obras de seu corpo natural,
fazendo uso de distintas técnicas como cortes com laser para dar precisão à
geometria que se faz fortemente presente. O modo e o posicionamento do
observador perante as peças também influi em sua visão sobre elas,
principalmente em obras como o Turdus que se trata de uma
justaposição de placas de vidro desenhadas que se moldam em diferentes formas
dependendo do ângulo que a observamos.
A maioria das obras de
Venosa não possui título exatamente para que cada observador construa sua
própria interpretação.
Particularmente esta
exposição me transmitiu uma melancolia singular devido principalmente a
ausência de cores e pela disformidade das esculturas que remetiam em alguns
momentos restos de animais.
Angelo
Venosa
Quando: de 13 de abril a 30 de junho. Terça a domingo
das 10h às 17h30, com permanência até às 18h.
Onde: Estação
Pinacoteca - Largo General Osório, 66
Quanto: Ingresso combinado
(Pinacoteca e Estação Pinacoteca): R$ 6 e R$ 3
Grátis aos sábados. Estudantes
com carteirinha pagam meia-entrada.
Crianças com até 10
anos e idosos maiores de 60 anos não pagam.
Por Victor Ogata
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