terça-feira, 7 de maio de 2013

LUZ E SOMBRA

A exposição Luz e Sombra se localiza no momento na Galeria Raquel Arnaud, que é assinalada por escolhas visuais contundentes e pelo esforço no sentido de colocar em perspectiva as tendências que representa.



A oposição entre luz e sombra é a percepção mais primordial do ser humano. Toda criança quando nasce enxerga fundamentalmente o contraste entre luz e sombra. E só ao longo dos primeiros meses de vida que a criança passa a se interessar por outras cores, em geral, as mais fortes e vibrantes. Talvez por serem tão primordiais, luz e sombra foram metáforas para a razão e a ignorância. A luz sempre esteve ligada ao conhecimento, ao saber, daí os termos iluminismo e esclarecimento. E a sombra foi associada ao erro, às trevas, a ilusão, campo da confusão, daí o mundo das sombras da alegoria platônica da caverna, lugar dos prisioneiros que apenas conhecem simulacros da verdade.




A mostra, cuja curadoria é de Cauê Alves, reúne obras de artistas que utilizam esses dois elementos. Há trabalhos de Arthur Luiz Piza, Cassio Michalany e Waltercio Caldas, entre outros. 

José Resende recorre a um material translúcido, a parafina. Nele estão presentes os embates entre o visível e o invisível. Suspensa por fios, a obra revela as forças e a tensão que a sustenta. A parafina é um material que só pode ser moldado com calor e, assim que ela se solidifica, a energia se dissipa, a matéria perde a transparência e passa a dificultar a passagem da luz. 

O trabalho de Carlos Fajardo também é translúcido. Ele é composto por papel e dois pedaços de chumbo gasto presos nas bordas. A luz que atravessa o papel encontra no chumbo a barreira que a reflete. O tom acinzentado do metal opaco e o branco do papel são análogos da relação entre luz e sombra. 



Arthur Luiz Piza faz uma colagem escura, opaca, mas que cria espaços vazios em seu interior. O espaço plano se desloca para o relevo tridimensional. 




O par de trabalhos de Cassio Michalany se diferencia um do outro por mínimas modificações nas distâncias entre as linhas negras verticais e as formas retangulares pretas. O sutil deslocamento transforma completamente a espacialidade de cada relevo. 














"O invisível não é a negação do visível, ao contrário, é o que o sustenta por dentro, é o pano de fundo que permite a visão tanto quanto o silêncio possibilita o som. Assim como o impensado também não é apenas o não pensável, mas é o que pode ser pensado a partir do já pensado. Ou seja, o impensável é o que surge do excesso de sentidos que uma obra possui e o que nos permite articular trabalhos distintos como um conjunto. O invisível não é o campo da sombra nem o visível o da luz, mas há entre eles uma dependência mútua, luz e sombra são inseparáveis."


Cauê Alves.


A exposição Sombra e Luz se encontra no endereço:

Rua: Fidalga, 125 - Pinheiros São Paulo SP
Telefone: (11) 3083 6322


Funcionamento: 

Segunda a sexta, 10h às 19h, sábado, 12h às 16h .

A exposição começo no dia 1 de Abril e se encerra no dia 25 de Maio 

A entrada é GRATUITA.





Verônica Godoy M . David









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